Gravura Brasileira

Ana Elisa Dias Baptista

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As paisagens de Ana Elisa riscam com torres de transmissão um horizonte remoto, ao passo que caramanchão e fonte de outra gravura inscrevem o contemplador em jardim envolvente: duas sortes de cenário, a indicar um ação insistente que, entretanto, foge à visão. Significá-la cabe, pois, à natureza morta: tal livro de Holbein, caveiras de animais da casa, cristais ou tecidos ricos alegorizam, cada qual, essa ação, pois, figuras da vanitas quinhentista, logo, morte, então colecionada em gabinetes de maravilhas como prodígio.
Ana Elisa expõe-nas, também as escreve, perinde ac cadaver, tu duca, ora fazendo o morto reinar sobre o papel, ora alistando-o em legião que encurrala o predador suposto natural em dança macabra.
Paródia, ainda quinhentista na profusão de Holbein, Brueghel, a dos mortos que Ana Elisa tira das gavetas para tirá-los pelo natural, conferindo-lhes vida, primeiro no desenho, depois na gravura, com ou sem alfinetes, seus fixadores em isopor encenante. O predador, predado: teatro da natureza, devorando as moscas o sapo que as devora, teatro da arte, invertendo os mortos suas posições de viventes.
A indiferença ao ativo e ao passivo, à vida e à morte, é alegorizada pela ciranda, o circo.
Leon Kossovitch, 2002
 

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