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Ulysses Bôscolo

São Paulo

1977

SOBRE

ULYSSES BOSCOLO DE PAULA nasceu em São Paulo em 1977. Formou-se em Artes Plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Mestre em Artes Visuais na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), sob orientação do Prof. Dr. Luiz Claudio Mubarac. Atualmente desenvolve o seu projeto de doutorado na UNICAMP, sob a orientação de Luise Weiss. Desde 2019 é docente na Graduação em Artes Visuais da Faculdade Santa Marcelina, onde ministra a disciplina de Fundamentos e Estudos da Gravurae também passou a ser professor de desenho na Faculdade Belas Artes em 2025. Sua produção artística abrange gravuras, pinturas, objetos, fotografias, vídeos, colagens, esculturas e ilustrações de livros, destacando-se a ilustração para “Os Irmãos Karamazov”, de Dostoiévski (Ed. 34 / 2008). Participou de exposições internacionais, incluindo uma em Nova Iorque pela Galeria Gravura Brasileira. Recebeu prêmios de residência artística na 15ª Biennale Internationale de La Gravure de Sarcelles e na Cité Internationale desArts em Paris, através do Programa de Intercâmbio mantido pela FAAP. Em 2017, foi indicado ao Prêmio PIPA e, em 2020, ao Programa Itaú Cultural (Arte como Respiro: Múltiplos Editais de Emergência - Artes Visuais) na categoria Pintura. É membro do Atelier Piratininga desde 2010, fundado por Ernesto Bonato, Armando Sobral, Giorgia Volpe e outros artistas em 1993.


ATOL

Exposição de pinturas com curadoria do artista Ernesto Bonato.

https://youtu.be/cKeViz7I6ZM?si=GDeCvFVhNM8UXg__



Guerra Híbrida

Chamada para a apresentação final da matéria cursada no segundo semestre do Doutorado na Unicamp – Livros de Artista – com a Prof. Dra. Luise Weiss e Fabiana Grassano. Guerra Híbrida: seleção de monotipias e imagens fotográficas encadernadas previamente por @dianalancas e filmadas por @matheusparizi . O vídeo mostra um pouco do processo de construção de desenhos no @atelierpiratininga e no @iaunicamp através de tintas gráficas resinadas pressionadas em livros antigos rasgados e ordenados para formarem sobre a mesa “um campo de batalha”. Estes desenhos flutuam a cerca de quatro meses, somados a mais dois anos de tentativas de estabelecer uma paisagem comum entre eles. A monotipia é uma porta permanentemente aberta a pintura e a gravura, compondo um pêndulo para criar uma biblioteca onde muitos livros são fundidos e reunidos em blocos e mais blocos de imagens soltas.

Direção, fotografia e montagem: Matheus Parizi

https://youtu.be/V71M8zvsIoU?si=4ZMixYieCf1Cw7r9


Instagram:

https://www.instagram.com/ulyssesbo/

Atelier Piratininga

https://atelierpiratininga.com/



Ulysses Bôscolo
SOBRE
OBRAS
OBRAS
EDU, CV, EXTRAS
Bio

Em 2010, um dos seus álbuns de xilogravuras foi adquirido pela Pinacoteca do Estado de SP para integrar o seu acervo. Entre muitos livros que ilustrou destacamos Os Irmãos Karamazov, de Dostoievski (Ed. 34 / 2008). Em 2007 realizou exposições em Nova York pela galeria Gravura Brasileira. Em 2012 recebeu o prêmio de residência artística na 15a. Biennale Internationale de La Gravure de Sarcelles, França. Participou da exposição 4 Ensaios Gráficos na Estação Pinacoteca em 2012/2013. Produziu uma obra para o Clube de Colecionadores de Gravuras do MAM em 2013 e também no mesmo ano realizou a individual Célula-Tronco com gravuras, pinturas e objetos em madeira na Mezanino. No primeiro semestre de 2015 realizou residência artística na Cité Internationale des Arts em Paris, FR, através do Programa de Intercâmbio mantido pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP). Ainda em 2015 participou junto com Claudio Mubarac da exposição Estandartes e Fábulas na Galeria Mezanino. Em 2016 e 2017, participou de inúmeras exposições, dentre elas, a comemoração dos 30 anos do Clube de Colecionadores do MAM de São Paulo, no Espaço Cultural da Casa das Onze Janelas em Belém, P. A, onde mostrou uma enorme instalação com xilogravuras impressas em tecido realizadas no Porto do Sal. Uma das exposições mais recente das quais participou foi “Os Desígnios da Arte Contemporânea no Brasil”, no MAC (Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo) com curadoria de José Marton. A sua última em 2017 acontece no Atelier Piratininga, em São Paulo, com inúmeras fotografias e apresentação de vídeos, ligadas a residência artística que o artista fez em Belém, de outubro a novembro em 2016 pela Funarte. Em 2017, o artista foi selecionado para a 42° SARP – Salão de Arte de Ribeirão Preto Nacional-Contemporâneo, junto de outros 30 artistas.

INFORMAÇÕES

Caro Ulysses,

É com muito carinho e cuidado que preservo nossa amizade. Desde o dia em que você apareceu na Galeria Mezanino, em 2008, apresentando suas gravuras e objetos, soube ali que você é um cara com uma obra muito especial. O nome da coletiva era “Andando nas Nuvens, 41 Sonhos de Artistas”. Nada mais sintomático! Vi no seus desenhos, acondicionados em um álbum de madeira produzido por você, um encantamento e uma paixão pelo fazer.

As imagens cheias de linhas desconexas num primeiro olhar e o estojo de madeira bruta, bem pesado, compunham o primeiro álbum com papéis que conheci e que logo foi adquirido por gente que entende de arte. Logo depois, vendemos uma nova caixa com trinta gravuras únicas para o acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo. E tantas outras saíram com o mesmo entusiasmo de quem as via.

Acredito que no mesmo ano vi suas pinturas, numa exposição individual na Gravura Brasileira. Em uma pequena sala, um painel com muitos cães, borboletas e detalhes de paisagens em pequenos formatos também me encantaram. Quis logo saber delas, acreditando no quanto elas tinham de personalidade no gesto e na matéria.

A mistura de técnicas, como a xilogravura, a gravura em metal, a colagem e o desenho, somam muito na hora de imprimir o seu discurso. E você sempre afirmou: “a importância da obra não está na dimensão ou tamanho do trabalho”.

O foco do interesse do artista sempre revela com quem estamos falando. De você, entre cães, pássaros, navios, flores e amores, vemos uma alma boa, talhada na inocência de um bairro pacato de São Paulo, com estudos e técnicas aperfeiçoados na graduação e pós-graduação de universidades consagradas.

Resumindo, o privilégio em ser seu parceiro se traduz em seus sonhos imagéticos: obras maravilhosas na minha coleção particular, além de tê- las também no acervo da Mezanino, encontrando muita poesia e excelência vindas de suas mãos e do seu coração.

Obrigado por estar perto de nós!
Abraços
Renato De Cara




AS MAIS BELAS BORBOLETAS

Uma palavra é recorrente nas falas de Ulysses Bôscolo: ignição.

O desenho é uma combustão, a gravura pode ser um gesto também intrusivo em suas repetições e a cor guarda uma relação vulcânica no ato de sua fabricação, quando esfria em contato

com as superfícies. Parece sempre estar dizendo que as figuras nascem dos atritos, das fissuras que nosso olhar produz sobre as coisas do mundo, e que é da parte do fogo que vem a energia para o desempate das volições.

São fogos-fátuos tecendo um discurso fabuloso,

iluminando regiões de cegueira. O desenho é também um modo de guardar o ausente; e, nessa detenção, a viscosidade da matéria cria aderências inusitadas para as coisas do mundo, para o continuum da invenção

do desenhista. A forma depende do trânsito para ser viva, para recolocar sua mira constantemente. Assim, todo

desenho tem sua cinese. Nessas transições, na observação desses atravessamentos, no que compete à construção, tudo é aparentemente arbitrário e intercambiável, mas na verdade vive em estado de premência.

Desenhadas, gravadas e impressas sobre papéis de diferentes origens, as figuras que aqui estão reunidas navegam em direção a uma biblioteca, onde os livros estão permanentemente abertos, com as páginas batidas por ventos e visadas.

CLAUDIO MUBARAC, CURADOR

exposição Instituto Çarê, abril 2024

texto crítico

Ulysses Bôscolo: a gravura está em suas mãos
Por Cauê Alves

O trabalho de Ulysses Bôscolo não despreza a dimensão artesanal da arte. O fazer sempre foi central em sua poética. Em Olho Mágico, feito especialmente para o Clube de Colecionadores de Gravura do MAM-SP, o artista, além de conceber, realiza a gravação, a impressão e a construção das caixas.

Sua obra possui intimidade com a mão, não apenas em relação à escala, mas também nos temas. Isso é evidente, por exemplo, na imagem que ocupa quase todo o papel em que um passarinho está preso na palma da mão.

O processo de impressão com colher de bambu reforça o aspecto artesanal da obra. As folhas soltas têm um tamanho próximo ao de nossas mãos, são manipuláveis. Mas por serem frágeis, as gravuras são guardadas em uma caixa de madeira, mesma matéria da matriz que deu origem as impressões. O puxador e a amarração cruzada feita com cordas de tecido reforçam o tom rústico. O resultado é um objeto que deve ser folheado como um livro ou álbum não encadernado.

Cada caixa traz um conjunto de seis xilogravuras com uma cor predominante que varia de acordo com a numeração da tiragem. Os papéis especiais japoneses, semelhantes a tecidos, são previamente estampados em azul, amarelo ou vermelho, e trazem detalhes em dourado. A delicadeza e fragilidade do fino papel, cuja textura parece com a de uma camada transparente da pele, são ressaltadas quando vistas dentro de uma caixa bruta. O objeto é feito de compensado cru, sem pintura, com dobradiças e parafusos aparentes, propositalmente sem a mesma preocupação com o acabamento primoroso das gravuras.

As imagens impressas apenas em preto se relacionam com as estampas do papel de distintos modos. Algumas vezes há uma sutil oposição entre o fundo e a figura impressa pelo artista. Outras vezes há uma completa fusão entre ambos, como a xilografia em que uma borboleta na palma aberta da mão se beneficia da estampa florida preexistente, fazendo o fundo saltar para o primeiro plano e se mesclar plenamente com a imagem sobreposta. Os vazios, os brancos da xilogravura, acabam sendo preenchidos pelo motivo floral das estampas do papel, que mais do que suporte passivo, é elemento ativo na composição.

Ulysses Bôscolo está entre os artistas em atividade no Brasil que conseguem manter com regularidade uma ampla produção gráfica. Mesmo silencioso, seu trabalho jamais abdicou da experimentação de técnicas, formas e suportes. Assim como os pássaros que tanto aparecem em sua iconografia, sua obra está literalmente em suas mãos, mas livre e madura para arriscar voos solos.

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