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Papel como Arte e seus Caminhos

Março

2025

A Galeria Gravura Brasileira convida para a abertura da exposição

"Papel como Arte e seus Caminhos”
"Brazil Bulgária Interchange Art Project”

abertura / opening
15 Março / March 15
sábado 14h30- 18h / Saturday 2:30 - 6 pm

artistas participantes / participating artists

Angela Barbour
Catharina Suleiman
Cildo Oliveira
Daniela Todorova
Eliana Anghinah
Gustavo Dalinha
Lygia Eluf
Sheila Oliveira
Todor Todorov
Vinícius Barajas
coleção da Fundação Amateras / Amateras Foundation Collection

curadoria / curatorship
Angela Barbour, Daniela Todorova e Eliana Anghinah

A exposição "Papel como Arte e seus Caminhos” integra o "Brazil Bulgária Interchange Art Project”, do qual Angela Barbour e Eliana Anghinah são as coordenadoras no Brazil e os artistas Todor Todorov e Daniela Todorova, respectivamente presidente e diretora artística da Fundação Amateras são os coordenadores na Bulgária.
O projeto, ativo desde 2016, já realizou diversas exposições tanto no Brasil quanto na Bulgária e neste momento tem a parceria da Galeria Gravura Brasileiraem São Paulo.
Na exposição "Papel como Arte e seus Caminhos” serão apresentados trabalhos dos artistas búlgaros Todor Todorov e Daniela Todorova e dos artistas brasileiros Angela Barbour, Eliana Anghinah, Catharina Suleiman, Cildo Oliveira, Gustavo Dalinha, Lygia Eluf, Sheila Oliveira e Vinícius Barajas, além de trabalhos da Coleção da Fundação Amateras, com obras de artistas de diversos países.
A curadoria é das artistas Angela Barbour, Daniela Todorova e Eliana Anghinah.
O propósito desta exposição é a troca de experiências entre os artistas e a difusão do papel como linguagem artística .


"Papel como Arte e seus Caminhos" será apresentada na Galeria Gravura Brasileiraà Rua Ásia, 219, São Paulo, SP, Brasil com abertura em 15 de março (14h30 - 18h00) e encerramento em 30 de abril de 2025. 


A programação contará também com um“Encontro com os Artistas” a ser realizado no dia 15 de março de 2025 das 13h30 às 14h30

Abertura/ Opening
15 de Março de 2025, sábado, das 14h30 às 18h
March, 15, 2025, Saturday, from 2:30 pm to 6 pm

Conversa com os artistas/ Artists´s Talk
15 de Março de 2025, sábado, das 13h30 às 14h30
March, 15, 2025, Saturday, from 1:30 pm to 2:30 pm

Visitação/ Visitation
até 30 de abril de 2025.
until April, 30, 2025.

Galeria Gravura Brasileira
rua Ásia, 219, CEP 05413030, São Paulo, SP, Brasil
+55.11.3624.0301 I + 55.11.98258.9842 I whts: +55.11.993859655
contato@gravurabrasileira.com
terça a sexta-feira 14 - 18h I Tuesday to Friday 2pm - 6pm
sábado 11 - 13h ou com hora marcada I Saturday 11 am - 1 pm or by appointment



DEPOIMENTOS DOS ARTISTAS:



ANGELA BARBOUR

“Perdi meu pai dias antes da pandemia., logo em seguida fiz uma instalação numa mostra na Biblioteca Mindlin em sua homenagem e usando objetos e papéis que lhe eram caros, mas muito velhos e desgastados… alguns dias depois tudo fechou.. . A exposição que deveria durar um mês ficou um ano e meio ali paralisada ! … e minha instalação virou performance estagnada no tempo assim como minha saudade ! Na reabertura para desmontagem a obra estava intacta, apenas os sapatos velhos tinham germinado uma fina e aveludada camada de bolor… e assim mais uma vez a vida imita a arte e somos mesmo um só !

O texto que escolhi como inspiração muito antes de saber que isto tudo iria acontecer. "A última luz da tarde estava pesada e abatia-se com gravidade sobre os objetos. As areias estalavam secas. O dia inteiro estivera sob essa ameaça de irradiação”.

Laços de Família, trecho do conto de Clarice Lispector em livro de mesmo nome.

"Meu pai faleceu dez dias após completar 94 anos e algumas semanas do início da Pandemia no Brasil. Eu era sua fiel escudeira, fazíamos muita coisa juntos. Na minha infância, ele me ensinou a fazer tricô, bolo e até declaração de Imposto de renda. Nos últimos anos, já viúvo há 30 anos e tendo perdido , em dois anos, seus dois filhos homens, era comigo que ele compartilhava seus ainda sonhos, vontades e tristezas. Até os 92 anos fazíamos Pilates juntos ele me ajudava nos projetos e tomávamos café da tarde sempre que possível. Após sua morte coube a mim e minha irmã, arrumarmos e darmos destino as suas coisas, processo que durou um ano devido à pandemia. Uma separação cuidadosa, onde cada folha de papel passou pelas nossas mãos. Entre as montanhas de papel, havia uma considerável porção que não podíamos enviar à reciclagem, pois continha dados pessoais. Que fazer com tudo isso? Decidi então manipular esses papéis, processei e criei várias séries de trabalhos, entre eles a série de pequenos postais “Da Casa de meu Pai Onde trabalhei com essa polpa de papel lilás, sim o resultado foi um papel cheio de memórias e da cor que mais amo, o Lilás, sobre ele, selos, pequenos pedaços manuscritos, preciosidades encontradas aqui e ali. Tudo isso somado com tenras fibras de bananeira, produzidas por mim a partir de folhas de bananeira da casa de minha filha… Da Casa de Meu Pai, é uma série potente onde cada peça traz a força das memórias e segredos, de uma vida de muitos amor, trabalho e dedicação.




CATHARINA SULEIMAN

Coisas que brotam do silêncio

Estampadas no papel como pele, rasgando em signos que atravessam o vazio, coisas que brotam do silencio.

Artista visual e Bio artista, Catharina Suleiman nasceu em 1977, em São Paulo.
Especializada em fotografia alternativa e histórica pela Central Saint Martins em Londres e processos gráficos pelo Taller Experimental em Havana, tem também diversos cursos em biomateriais e práticas tradicionais e manuais.

Com uma narrativa poética, vezes política, influenciada pela natureza e pelo antropoceno, a artista conta histórias sobre memórias, lutas e arquétipos do feminino e da relação terra-humanidade através da fotografia, vídeo performance, stencil, pintura, bordado, gravura, escrita, escultura, têxtil, biomateriais, tintas naturais e práticas tradicionais femininas.

O corpo é investigado como prova material de percurso histórico da mulher primitiva, que é também a própria natureza, e da mulher moderna inserida em um sistema em que sua natureza é silenciada. A Terra aparece em um exercício de resgate da identidade da espécie humana em condições naturais, e clama por um olhar ancestral no contemporâneo, sobre a trajetória da raça humana, provocando meditações para o futuro.




CILDO OLIVEIRA

Narrativas Míticas

Sobre papéis manufaturados a mão desenvolve cartografias imaginadas, resgatando o passado nas matrizes flamengas, indígenas e judaicas. São jornadas solitárias, louvando dores e alegrias em alegorias mapográficas florindo pomares de caju, jacas, pitangas, andirobas. Em águas lodosas do Capibaribe registra fatos, histórias e estórias se apropriando da iconografia dos viajantes de Nassau.

Cildo Oliveira, nascido em Recife, artista plástico experimental, trabalha espaços alternativos, institucionais e urbanos, com objetos, estruturas, arte pública e ambiental e interferências urbanas.

Encontrou seu caminho nas pesquisas de materiais, através do papel manufaturado e outros suportes. Suas aquarelas sugerem dimensões poéticas no registro das culturas autóctones brasileiras.

“Além do aprofundamento estético e do crescente cuidado com os suportes e as técnicas artísticas, o mérito maior do artista plástico Cildo Oliveira centra-se no amplo espectro da criação e da arte–educação. Todo o seu trabalho funda-se na pesquisa, em especial na arte dos povos das nações indígenas do Brasil e no artesanato do papel. Paulatinamente, ele amplia o seu universo de conhecimento fugindo da especialização e do direcionamento exclusivo de um único objetivo, colocando-se na busca da interatividade cultural e na postura crítica da relação entre arte e sociedade. Trata-se de uma questão de método e de crença no potencial de transformação do homem.” (Radha Abramo).




ELIANA ANGHINAH

O conjunto de trabalhos "Reminiscências" é a resultante de lembranças de fragmentos de escritos, resíduos da terra e outras referências que estão gravadas.




GUSTAVO DALINHA

“Pesquisar e experimentar são dois aspectos fundamentais do meu processo de trabalho. O Papel Antaimoro, que encontrei em 1990 em Madagascar e o Papel Favini em 2002, na Itália tem sido os principais veículos e suportes junto com a ampla variedade de pigmentos e outros materiais que venho utilizando há mais de três décadas. O papel é um material vivo que possui alma e se presta a um diálogo constante. Ambos tipos de papel oferecem possibilidades infindáveis para desenvolver e aprofundar um trabalho essencial, que no meu caso, acontece em séries.

O esforço constante como ser-humano para compreender os meus impulsos internos, pensamentos e sentimentos, motiva o processo de busca e a inspiração criativa de maneira essencial. O fato de sentir que a vida é uma luta permanente comigo mesmo e, sobretudo, que é transitória, amplia meus horizontes e meu entendimento sobre as coisas.

O Papel Antaimoro, pelas suas características únicas, acabou sendo um excepcional veículo para transmitir minha obra. O meu trabalho como Artista implica um intenso diálogo com meus semelhantes, além de ser uma troca emocional e intelectual com meu entorno.”




LYGIA ELUF

Quando Picasso e Braque, no início do século XX, começaram a colar pedaços de papel em suas obras não imaginavam que uma criança em São Paulo, mais de sessenta anos depois, olharia para aquilo com curiosidade e vontade de repetir essa ação. A intenção era diversa, mas a vontade de construir coisas e de me expressar utilizando pedaços de papel me aproximou deste procedimento técnico e nunca mais me abandonou. No final dos anos 1970, quando estava concluindo o curso de Artes Visuais na ECA/USP, me encantei com Matisse, meu grande mestre da cor. A saúde precária do pintor nos últimos anos de sua vida determinou a existência das cores recortadas e o álbum Jazz, realizado em 1944, é para mim um alimento primordial. Também as conversas sobre cor com Tuneu e Donato Chiarella me incentivaram a recriar os exercícios cromáticos de Albers e Itten.

Estes foram os impulsos iniciais para uma intensa atividade com as cores e a colagem, que me alimentam já há muitos anos. Comecei a colecionar e pintar papéis com guache e reuni-los em grandes grupos cromáticos. Entre uma profusão de papéis pintados e outros já coloridos e estampados realizo minhas colagens. Me lembro claramente da primeira vez que organizei todas elas no chão do ateliê e o enorme impacto que isso me causou. Pensava que estes exercícios eram preparação para outras obras e já existia a certeza de que me apropriaria da cor como principal elemento de linguagem para estruturas minhas ações. A série que apresento agora -

Conversas com Bramante – foi realizada em 2024, a partir de um profícuo diálogo com as soluções e truques do arquiteto que simulam profundidade e construir espaços que possam traduzir essa parceria.




SHEILA OLIVEIRA

Sheila Oliveira transita entre fotografia, práticas sensoriais e abordagens terapêuticas. No LAB Fotossensível, desenvolve experiências que conectam imagem, percepção e autoconhecimento. Coordena o projeto Futuro Pré-Histórico, envolvendo alimentação e bem estar, além de dirigir o Empório Fotográfico, um estúdio voltado para fotografia de alimentos e produtos.

Toda imagem nos convida a atravessar a superfície, conduzindo-nos à profundidade das experiências humanas. Interesso-me por esse mergulho, onde as imagens e suas camadas se transformam em convites para refletir sobre a jornada da vida e nossa existência no mundo. Sheila Oliveira parte do princípio de que tudo nos afeta, investigando as dinâmicas que moldam nossos corpos, identidades e percepções.




VINICIUS BARAJAS

Busco compreender distintos territórios, o que nasci, vivi e transitei. A terra é o primeiro elemento de contato e a partir dela me aprofundo, na história, na cultura, na arquitetura, nos saberes locais, na vida comunitária, na ecologia, na alquimia e micropolítica. A terra como matéria da origem do ser humano e dos seres vivos. O corpo como primeira ferramenta para dar forma a matéria juntamente com o ar, a água e o fogo. Produzo cerâmicas, construo fornos para queima a lenha e a gás, papel artesanal com fibras naturais, pintura e desenho com pigmentos vegetais e minerais. Uma prática artística sustentável diante da crise ambiental que vivemos.

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