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Cláudio Caropreso

São José dos Campos

1975

SOBRE

Caropreso procura-se!

”quem viu morreu, disse a curadora”; “das schweigen von Marcel Duchamp”: _ “Procura-se uma expressão”! Silêncio, meu caro, procura-se. Mas a aula de desenho não é mais a mesma. Basquiat atravessou o caminho de Kirchner, e com ele rodaram os signos do consumo, os altos e os baixos, pela ladeira da memória, os restos das mortalhas e dos trecos embalados aludindo por ironia às latinhas de sopa Campbell, ao Brillo, ao pop da periferia, da rua em que a tabuleta vende a costela e o tablóide, a carne das modelos gostosinhas. Procura-se em vão uma clareza quanto aos significados que se esgueiram entre as imagens pressupondo que a comunicação seja fácil, que o convívio seja possível, que a sociedade tenha sentido. Esquivo, Caropreso liberta-se das convenções que cercam a prática artística assim chamada contemporânea, porque denuncia a vagueza de suas referências, estripando a matriz perdida deixando depois a definição de nesgas de cor ou de rasuras sobre o branco. O negro, envolvente como chave, lança mãos e faces, e partes de corpos rasgados como papéis recolhidos por catadores. Alegoria do executor, do cortador, o jagunço já não anuncia o cangaço, mas o refrigerante-cola que é bomba! “Sorria”, diz o anúncio melancólico, pois as mentes foram turbinadas pelas drogas industriais, e os corpos tubainados chacoalham o volátil desejo de fuga desse mundo povoado de seres heteróclitos. Sendo a linguagem a do cartaz, sem nada anunciar ou vender, usada na gravura de Caropreso, a faixa une as várias partes como em um caixote de madeira de feira de verduras mal acochambrado, daquele tipo que os colegas da Ponte usavam para gravar, no caso deles, o mundo desencantado aos olhos do cara sujeito sensível. Neste caso, a madeira é talhada compositivamente de modo calculado, acolhendo toscamente porque convenientemente as imagens circulantes em nosso cotidiano. Não há necessidade de se procurar Caropreso, em parte alguma! Porque a sua gravura declara pertencermos todos ao mesmo deserto.


Luis Armando Bagolin

2011

Cláudio Caropreso
SOBRE
OBRAS
OBRAS
EDU, CV, EXTRAS
Educação

Formação Acadêmica :

2000 -  Graduação em Arquitetura e Urbanismo

Universidade do Vale do Paraíba

2007 - Especialização em Arte, Educação e Tecnologias Contemporâneas

Universidade de Brasília – Instituto de Artes, Grupo Arteduca

Experiência Didática :

2004 -  Universidade Brás Cubas – Disciplina Plástica “A”

Curso de Educação Artística

2008 - Secretaria de Estado da Cultura – SP

Oficina Cultural Altino Bondesan

Oficina de Desenho e Reprodução de Imagem

2009 - Secretaria de Estado da Cultura – SP

Oficina Cultural Altino Bondesan

Oficina de Desenho e Reprodução de Imagem

2010 - Secretaria de Estado da Cultura – SP

Oficina Cultural Altino Bondesan

Oficina de Xilogravura

2011- Serviço Social do Comércio – Unidade de São José dos Campos

Oficina de Xilogravura

2017 - Serviço Social do Comércio – Unidade SESC Pompéia – Festival FestA!

Oficina de Apropriação e Xilogravura

2019 - Serviço Social do Comércio – Unidade Guarulhos

Oficina de Xilogravura

2019 - Serviço Social do Comércio – Unidade Pinheiros

Oficina de Xilogravura

INFORMAÇÕES



Cláudio Caropreso elabora suas gravuras em um processo de destruição e reconstrução de imagens. A partir de reproduções de pinturas, folhetos, cartazes ou fotografias, Caropreso corta e cola suas imagens e textos em uma operação de soma e subtração. A madeira, os papéis, o estêncil, a prensa são suas ferramentas neste jogo mental de grande precisão. A gravura sai bruta, colorida em tintas industriais, gritando e se impondo como uma visão de mundo.

texto Eduardo Besen

outubro 2021



"Entre a rua e a história da arte"

Nenhuma arte pós pop-art é indiferente a ela. Movimento que revolucionou inúmeras trajetórias artísticas no mundo, aqui no Brasil a onda reverbera em profissionais magnânimos desde os anos 1960. As obras irradiam certos elementos da ironia, do kitsch, do humor e da iconoclastia. Se esmera na reconstituição dos acontecimentos de maneira libertina, abençoa profanamente o que conceitua, reflete, zomba. Junte tais características às ideias do Expressionismo, seu modo de distorcer as emoções, evocar os medos interiores e as incertezas da realidade e respire. As gravuras de Claudio Caropreso são originárias desta fusão polifônica e vigorosa em que pop-art e Expressionismo transparecem de modo tão sublinhado quanto difícil de eleger qual destes movimentos se sobrepõe à primeira vista. Ambos e nenhum, ei-lo na contemporaneidade.

A impetuosidade da cor arrebata em crítica social sempre presente. Caropreso deixa rastros de uma vida cotidiana transformada. A volúpia de uma modelo de Schiele se torna a enigmática feiticeira que traz o amor aos casais, uma personagem tão comum da informalidade urbana e da realidade brasileira. Uma criança com olhar baixo tem na testa a inscrição “ainda não tão cruel”, antevendo que, para muitos, o ódio vem tirar toda a pureza de uma época inocente. Em uma homenagem ao sul-africano William Kentridge, marca com letras em cirílico seu contorno, o que evoca uma imagem de esmorecimento de poder que talvez não venha do artista, mas da própria biografia dos homens influentes.

Separo, por iniciativa própria, três trabalhos que denunciam ensaios fortes de autorretratos. A cabeça partida ao meio com o espelhamento da palavra “reject” é a sua eterna briga com o ego interior e uma modéstia desmesurada como artista. Na obra que reproduz um cartaz de um professor de gravura e pintura parcamente escrito em um alemão sem sentido, o artista parece se esconder em um código no qual ninguém vai encontra-lo. No carrinho de reciclagem com número de telefone, Claudio Caropreso timidamente reproduz a caixa do sabão Brillo e das latas de sopas Campbell de Andy Warhol juntamente com “a fonte” de Marcel Duchamp. Nesta obra, ele se anuncia como este anti-herói, o Jackson de Nova York, aquele que pega e reaproveita tudo o que a história da arte lhe deu. Ali, reflete de esguelha seu ofício tratado como artigo descartável e a bruta desigualdade social que o distancia cada vez mais da possibilidade de uma integração entre suas personagens e ele mesmo.

Caropreso une referências atuais e sombrias para valorizar a rua, a urbanidade e, assim, suas figuras protagonizam um teatro dentro da gravura, uma metalinguagem de pinturas e desenhos contextualizados no tempo presente para que nunca nos esqueçamos que os marginalizados de ontem estão nas paredes dos museus de hoje."

Aurea Vieira, setembro, 2020.



Exposições

Principais Exposições :

2010 – Salão de Arte do Mato Grosso do Sul – Edição 2010, Campo Grande MS

2010 – 5° Bienal de Gravura de Santo André – Santo André SP

2010 – 9° Salão de Arte Contemporânea Elke Hering – Blumenau SC

2010 - 18° Salão de Artes Plásticas de Rio Claro – Rio Claro SP

2010 – 8° Território da Arte de Araraquara, Araraquara SP

2010 - 9° Salão de Arte Contemporânea de Jataí, Jataí GO

2010 - 6°Salão de Artes Plásticas de Suzano – Suzano SP

2011 – CAROpreso PROCURA-SE !!! – Galeria Gravura Brasileira – São Paulo SP

2011 – Gravados de Brasil,  Buenos Aires – Argentina

2011 – Bienalle Internationalle de la Gravure de Sarcelles, Sarcelles - França

Representação oficial do Brasil, País convidado de Honra

2011-  Gravura Extrema – Europalia – Bélgica

Representação Oficial do Brasil, País convidado de Honra

2011 – 17° Salão Unama de Pequenos Formatos – Belém PA

2011 - 18° Salão de Artes Plásticas de Praia Grande – Praia Grande - SP

2012 – “Palavras são Iguais sendo Diferentes”, Galeria Gravura Brasileira – São Paulo SP

2013 - “Expressão Tropical” – Ecke Galerie, Augsburg – Alemanha

2013 - “Xilomóvel e Cláudio Caropreso” – Biblioteca Central da Unicamp – Campinas SP

2013 - “Hin un Her/Aqui e Ali” – Oficinas Culturais Oswald de Andrade – São Paulo SP

2013 – “Samba da Nação”, Livro de Artista – Parceria com Cleiri Cardoso

2013 -  “Imagem Gráfica”, Estação Pinacoteca – São Paulo SP

2014 - “Parede 9”, Galeria Gravura Brasileira – São Paulo SP

2014- “A Cor cresce por que quer”, Programa de Exposições da Galeria de Artes
 Fernanda Perracini Milani – Jundiaí SP

2015- 40° Salão de Arte de Ribeirão Preto – Nacional Contemporâneo, Ribeirão Preto SP

2015- 47° Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba, Piracicaba SP

2016- “Gravura na Ponta da Faca”, Hemeroteca da Biblioteca Mário de Andrade –  São

Paulo SP

2016- “Impressão e Resíduo do Mundo” , Galeria Volpi – São José dos Campos SP

2016- 37° Salão da Primavera do Museu de Arte Moderna de Resende, Resende RJ

2017- 45°Salão de Arte Contemporânea de Santo André, Santo André SP

2017 – “Paisagem do Meu Dia” – Parque Vicentina Aranha – São José dos Campos SP

2017 – “Solidão” – Museu da Diversidade Sexual – São Paulo SP

2018 – “Contragolpes” – Galeria Gravura Brasileira – São Paulo SP

2019 – “Xilo Corpo e Paisagem” - Serviço Social do Comércio – Unidade Sesc Guarulhos

2019- 26° Salão de Arte Contemporânea de Praia Grande – Praia Grande SP

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