SOBRE
Gina Dinucci cria obras que reúnem reflexões sobre memória, relações humanas, dinâmicas urbanas e situações políticas. Em sua pesquisa visual ela recorre à apropriação de imagens e objetos de seu cotidiano, explorando dimensões e simbologias de ordem pessoal, social e histórica. Em seus trabalhos em diferentes técnicas e suportes, a artista lida com reflexões sobre como lidamos com o ouro de maneira banal, consumindo e desejando um símbolo de violências e tragédias humanas e ambientais. Ele, que é considerado o mais perfeito e o mais precioso dos metais - simbolizando a perfeição, a iluminação, o conhecimento, a nobreza, a realeza e a imortalidade - torna reluzente aos olhos do espectador, um outro ouro, aquele que brilha “ofuscando toda a sua trágica história alicerçada na escravidão, fome, cobiça, desigualdade e violências de todos os tipos”.
Jurandy Valença
maio 2023

OBRAS
















Bio
Nascida em São Paulo, em 1973, atualmente mora e trabalha em SP.
Artista e educadora, é Mestra em Artes Visuais pelo Instituto de Artes-Unesp. Com uma abordagem multidisciplinar, seus trabalhos envolvem reflexões sobre memória, relações humanas, dinâmicas urbanas e situações políticas. Em sua prática frequentemente recorre à apropriação de imagens e objetos de seu cotidiano, explorando dimensões e simbologias de ordem pessoal, social, histórica e formal. Em toda sua trajetória interessa-se pela intersecção entre produção artística, troca de conhecimento e prática educativa, promovendo a partilha de saberes e o compartilhamento de experiências em propostas colaborativas.
Na área de educação, oferece cursos voltados para a formação de professores e artistas e faz parceria com o artista Marcio Marianno no projeto LEVA - Laboratório Experimental de Vivências Artísticas, propondo exercícios experimentais no campo do fazer artístico para adultos e crianças, atuando em espaços dedicados à arte e educação.
Participou de residência artística na França, a convite da FITE - Biennale Textile e Sesc-SP e realizou uma obra comissionada para o Mille Formes - Centro de Iniciação Artística para Crianças de 0 a 6 anos, em Clermont-Ferrand, França.
Seu percurso inclui participação em coletivo feminino, salões, residências, oficinas e exposições em diferentes espaços de arte e cultura, com destaque para: FITE - Biennale Textile - Clermont Ferrand - França; O Grito! - Caixa Cultural Brasília - DF; II Festival Lux de Performances - SP; NENHUMLUGARAGORA - OFF BIENAL (Galeria Ed Vera - SP); Zonas de Sombra (Pinacoteca de São Bernardo do Campo - SP); Nebulosas (Galeria Fernanda Perracini Milani - Jundiaí - SP); Dança de Encontros (Galeria Ed. Vera - SP); Intervalo #1 - De corpos e raios urbanos (Galeria Gare - SP); Residência Edifício Vera “2 (São Paulo - SP); Acervo Rotativo (Centro Cultural Oswald de Andrade - SP); Abraço Coletivo (Ateliê 397- SP); 47o Salão Luiz Sacilotto (Santo André - SP); 25o Salão de Arte da Praia Grande (SP) ; Eu-Desenho (Sesc Belenzinho - São Paulo - SP); O Vazio não é o Nada (Galeria Marta Traba, Fundação Memorial da America Latina - SP); Diário Conteporâneo de Fotografia - Belém - PA; Salão Arte Pará (Museu UFPA - Belém - PA); 10o Salão de Arte de Jatai (MAC - GO); Projeto Fora- do-Eixo (Brasília - DF).
INFORMAÇÕES
Nebulosas.
Gina Dinucci
Céu é, a um só tempo, fato e abstração, desde sempre abordado pela ciência, pela religião, pela filosofia e pela arte. Motivo de pesquisa para uns, inspiração poética para outros, ameaça ou redenção, ele influencia a vida de todos nós, mesmo quando não se manifesta no pensamento consciente. Gina Dinucci se ocupa do tema especialmente a partir das nuvens, também elas passíveis de diferentes cargas simbólicas – nebuloso é aquilo que não sabemos decifrar e, portanto, fonte de desconfiança ou mesmo temor. Mas não é essa a percepção da artista. Para ela, é justamente essa indefinição que permite que imaginemos possibilidades surpreendentes. Frutos de intensas experimentações, suas nuvens vão sendo construídas com gestos que não tencionam reproduzir qualquer céu específico, mas seguir o fluxo do eterno movimento tão próprio das nuvens, que não permanecem em repouso por mais de alguns instantes. Em contraposição à intangibilidade das nuvens reais, os céus de Gina são sólidos, resultando do acúmulo de camadas sobre camadas que incorporam a dimensão do tempo em configurações fantásticas. A técnica escolhida, a aquarela (geralmente pequena e translúcida), também é subvertida e a composição não apenas se agiganta, como ganha densidade. Suas nebulosas exigem gestos grandes e um pensamento mergulhado na superfície do papel. O termo “mergulhar” é usado aqui intencionalmente, já que essas nuvens poderiam ser tomadas por oceanos e, como eles, são profundas, às vezes plácidas e às vezes revoltas. No edifício projetado por Lina Bo Bardi, a materialidade delicada das aquarelas sobre papel se aninha na arquitetura brutalista, contrapondo suas formas orgânicas à ortogonalidade do concreto pré-moldado. De um lado, a experiência do espaço planejado assentado sobre um chão que já foi natureza intocada; do outro, o resultado de exercícios imaginativos para inventar céus possíveis.
Sylvia Werneck
Formação
Formação
2010-2012 - Mestrado em Artes Visuais. Universidade Estadual Paulista, UNESP. Orientador: Prof. Dr. Omar Khouri. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, CAPES.
2005-2008 - Graduação Licenciatura em Educação Artística. Universidade de Guarulhos, UNG - SP Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq, Brasil.
1992-1994 - Curso Técnico em Vestuário. SENAI Vestuário, SENAI – SP.
Residência
2024
Residência Jardin Lecoq - Clermont Ferrand - França
2022
Ed. Vera #2. São Paulo – SP, curadoria e acompanhamento de Sylvia Werneck.